TaTá

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histórico

(…)“Reza a lenda que houve um período de noite sem fim nas matas. Além da escuridão, houve uma enchente causada por chuvas torrenciais. A Boiguaçu, uma cobra que dormia num imenso tronco, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em busca de alimento. Começa então a comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais. Como os bichos sofrem influência dos alimentos que comem, a Boiguaçu não escapou à regra, sua pele tornou-se translúcida e ficou luminosa pelos mil olhos que devorou. O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, clarão vivo, e seus olhos tornaram-se fachos de luz incandescentes.
Os homens, quando voltaram a vê-la, ficaram muito assombrados e lhe deram o nome de M’boitatá: cobra de fogo. Passado um tempo, a M’Boitatá morreu de fraqueza, pois só os olhos dos animais não foram o suficiente para sustentá-la. Ao decompor-se, a luz que estava presa esparramou-se pelos brejos e tomou a forma de uma cobra que serpenteia como fogo e emite fachos de luz pelos olhos e pela boca. Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o infortúnio, os homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar e de olhos bem fechados.”(….)

A palavra, de origem indígena como a lenda, tem o significado de cobra (mboi) de fogo (tata), sendo Mbãetata em sua lingua original, tupi-guarani. A união das duas palavras (mboi e tata) transformam-na neste mito: Boitatá. O nome faz alusão à lenda do Boi-Tatá, que, segundo Luís da Câmara Cascudo, é o primeiro mito registrado no Brasil. A cobra de fogo ou a coisa de fogo.

O Tatá, Núcleo de Dança-Teatro da UFPel, é uma das atividades de extensão do curso de Licenciatura em Dança-Teatro da Universidade. Trata-se de um Núcleo de Criação Artística que integra professores, alunos do IAD UFPel e artistas da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.

A pesquisa de criação do Tatá transita na trama intersubjetiva de linguagens artísticas no entendimento de que a dança, o teatro e a performance são interdependentes e complementares na mediação do mesmo processo de comunicação.

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